Mercado em Pauta: Brasil
No cenário doméstico, o destaque foi a decisão do Copom de elevar a taxa Selic para 14,25% ao ano. Essa medida visa conter a inflação, mas também impacta diretamente o mercado financeiro. O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em queda de 1,2%, refletindo a cautela dos investidores diante do aumento dos juros. Entre as ações mais afetadas, destacaram-se as do setor de varejo, como Magazine Luiza (MGLU3), que recuou 3,5%, e Via (VIIA3), com queda de 4,1%. Por outro lado, empresas de setores mais resilientes, como energia, tiveram desempenho positivo. A Eletrobras (ELET3) subiu 1,8%, impulsionada por expectativas de maior fluxo de caixa em um cenário de juros elevados.
No mercado de câmbio, o dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,12, com alta de 0,7%. A valorização da moeda americana reflete a busca por segurança em meio às incertezas econômicas. Já no mercado de renda fixa, os títulos públicos indexados ao IPCA registraram aumento nos prêmios, atraindo investidores que buscam proteção contra a inflação.
Mercado em Pauta: Internacional
No panorama global, os mercados reagiram às declarações do Federal Reserve (Fed) sobre a política monetária dos Estados Unidos. O presidente do Fed indicou que novos aumentos nas taxas de juros podem ser necessários para conter a inflação persistente. Essa sinalização pressionou os índices americanos, com o S&P 500 recuando 0,9% e o Nasdaq caindo 1,3%. Empresas de tecnologia, como Apple (AAPL) e Tesla (TSLA), lideraram as perdas, com quedas de 2,1% e 3,4%, respectivamente.
Na Europa, o índice Stoxx 600 fechou em alta de 0,5%, impulsionado pelo setor de energia. A recuperação nos preços do petróleo beneficiou empresas como BP (BP.L) e Shell (SHEL.L), que subiram 2,3% e 1,9%, respectivamente. Já na Ásia, o índice Nikkei 225, do Japão, avançou 0,8%, refletindo otimismo com os dados de exportação do país.
No mercado de commodities, o petróleo Brent registrou alta de 1,7%, fechando a US$ 78,50 por barril. O ouro, considerado um ativo de proteção, também subiu 0,4%, cotado a US$ 1.950 por onça.
Criptos
No universo das criptomoedas, o Bitcoin (BTC) teve um dia de volatilidade, mas encerrou em alta de 2,5%, cotado a US$ 28.500. A valorização foi impulsionada por declarações de grandes investidores institucionais, que reforçaram a visão do ativo como uma reserva de valor em tempos de incerteza econômica. O Ethereum (ETH) também registrou ganhos, subindo 3,1% e alcançando US$ 1.850.
No Brasil, o mercado cripto foi impactado pela alta da Selic. Apesar de a renda fixa se tornar mais atrativa, investidores continuam buscando criptoativos como forma de diversificação e proteção patrimonial. A adoção de stablecoins, como USDT e USDC, segue em crescimento, especialmente entre pequenos investidores.
Além disso, o mercado de finanças descentralizadas (DeFi) apresentou avanços significativos. Protocolos como Aave (AAVE) e Uniswap (UNI) registraram aumento no volume de transações, refletindo maior interesse por soluções descentralizadas. No entanto, a regulação do setor continua sendo um desafio, com debates em andamento tanto no Brasil quanto no exterior.
Mercado em Pauta destaca que o dia 19 de março foi marcado por movimentos significativos em diferentes segmentos financeiros. Enquanto o Brasil enfrenta os desafios de uma política monetária mais restritiva, os mercados internacionais lidam com incertezas sobre os próximos passos do Fed. No setor de criptomoedas, a busca por inovação e proteção patrimonial continua a impulsionar o crescimento, mesmo em um ambiente de maior regulação.